VENOM 3 encerra sua trilogia com futuro certo para o Universo Cinematográfico da Sony

Venom 3: A Última Rodada” chega como o encerramento da trilogia, mas, ironicamente, mais parece uma preparação para algo maior, apesar de ser ‘a última rodada’. A direção de Kelly Marcel, que também assina o roteiro, não se desvia muito do padrão técnico estabelecido nos dois primeiros filmes, que, com o perdão dos fãs, foram no máximo medíocres. Marcel faz um trabalho honesto, mas sem grandes surpresas, seguindo fiel ao estilo dos antecessores. Sua abordagem parece mais interessada em manter o terreno pronto para futuras aventuras do universo do que em criar um desfecho realmente final.

Nesse ‘desfecho’Eddie Brock (Tom Hardy) e seu simbionte Venom enfrentam uma das jornadas mais intensas de sua saga. Forçados a fugir tanto das forças da Terra quanto de ameaças interplanetárias, a dupla se vê presa em um emaranhado de perseguições e emboscadas que colocam sua aliança à prova. Conforme a pressão aumenta, eles precisam tomar uma decisão difícil que mudará suas vidas para sempre. No entanto, o destino de Eddie e Venom se complica ainda mais com a chegada de alienígenas de Klyntar, o planeta de Venom, determinados a capturá-lo. 

Tom Hardy segue com sua interpretação de Eddie Brock e Venom, trazendo os maneirismos característicos e o leve carisma que já conquistaram uma boa parte do público. Ele consegue equilibrar o humor do simbionte e o cansaço de Eddie, criando uma dinâmica que, desta vez, parece mais emocional e até um pouco melancólica. Em cenas específicas, a relação entre os dois protagonistas adquire uma profundidade inesperada, arrancando até uma lágrima de quem acompanha a saga desde o começo.

Os personagens secundários servem mais como pano de fundo, sem muito destaque ou profundidade. Chiwetel Ejiofor e outros coadjuvantes se limitam a papéis genéricos que pouco impactam a narrativa principal. Apesar de tentarem trazer peso à trama, acabam não conseguindo ganhar a simpatia do público, e suas histórias parecem meramente funcionais. A personagem interpretada por Juno Temple é uma exceção parcial, já que em alguns momentos dá indícios de que poderia ter uma relevância maior em futuras produções. No entanto, essa promessa de algo mais nunca se concretiza de forma empolgante, deixando seu papel também sem grande impacto.

O roteiro se mantém numa linha morna: a história, embora divertida e cheia de ação, continua a prometer algo maior, algo que nunca chega. O vilão (ou os vilões, para sermos justos) apresenta uma ameaça bem definida, mas sem grandes inovações, deixando a sensação de que poderia ter sido mais explorado. A força dos antagonistas não chega a ser trivial, mas termina apenas como mais um obstáculo na jornada de Eddie e Venom, ao invés de oferecer um perigo genuinamente impactante.

No conjunto, “Venom 3: A Última Rodada” é um filme que mantém o nível de entretenimento, mas não consegue se elevar acima dos dois primeiros. É medíocre? Talvez, mas no bom sentido. Ele não se leva tão a sério, arranca risadas e oferece um espetáculo visual decente, além de manter o público envolvido com a promessa de que este universo da Sony ainda tem muito a mostrar. Assim, o desfecho da trilogia é mais uma peça nesse quebra-cabeça crescente, que agora tenta expandir seus tentáculos.

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