A Hora do Vampiro estreou no dia 3 de outubro de 2024 e está disponível para todos os assinantes do streaming Max. O filme foi dirigido por Gary Dauberman, conhecido por seu trabalho na franquia Annabelle e em outras adaptações de obras de Stephen King, como It: A Coisa.
Inicialmente, o filme seria lançado nos cinemas, mas a decisão de lançá-lo diretamente no streaming foi tomada após alguns feedbacks supostamente negativos em exibições-teste. No elenco, temos Lewis Pullman (Top Gun: Maverick), Makenzie Leigh (Gotham), Nicholas Crovetti (Big Little Lies), Alfre Woodard (12 Anos de Escravidão), entre outros nomes conhecidos pelo público.
“A Hora do Vampiro” é baseado no livro homônimo de Stephen King, publicado em 1975. A obra já havia sido adaptada anteriormente em uma minissérie de 1979, também de mesmo nome. Aqui, acompanhamos o escritor Ben Mears, que retorna à sua pequena cidade natal, a qual começa a ser dominada por vampiros.
Logo no início do filme, é possível perceber uma clara inspiração nas diversas lendas de vampiros presentes na cultura mundial, principalmente naquelas difundidas por Bram Stoker em seu livro Drácula, publicado em 1897. Embora isso não traga muitas novidades à trama, seguir as regras já conhecidas permite que o roteiro economize tempo de tela, dispensando explicações.
Também podemos notar uma clara influência dos filmes antigos sobre essas criaturas, especialmente no uso das cores e da iluminação. Este é um dos maiores acertos: os focos de luz foram usados com maestria, tanto para criar a atmosfera necessária para acompanhar a trama violenta quanto para encantar o espectador com planos e montagens criativos.
Sempre que assistimos a um filme de terror, é inevitável fazer uma lista mental dos personagens que acreditamos que vão sobreviver, certo? Aqui, sua lista pode ser descartada rapidamente. A história não segue os padrões esperados, rompendo de forma eficaz com os arquétipos comuns desse tipo de filme.
Essa escolha foi ótima para compensar a falta de aprofundamento dos personagens. Apesar de não termos a oportunidade de conhecê-los a fundo, ainda assim, conseguimos entender suas motivações e dinâmicas de grupo, revelando novas camadas conforme as surpresas de suas construções surgem.
Destaque para o personagem Mark Petrie, interpretado por Jordan Preston Carter, que entrega cenas ousadas para um personagem infantil. Por um lado, isso é positivo, pois traz um maior senso de realidade — afinal, crianças na vida real não são tão ingênuas como costumam ser retratadas nos filmes de terror. Por outro lado, as iniciativas do personagem podem atrapalhar a sensação de perigo para os espectadores.
Quem conhece Stephen King sabe que ele é famoso por ter dificuldades em finalizar suas histórias, e infelizmente, aqui não foi diferente: A Hora do Vampiro apresenta um final abrupto, o que pode frustrar muitos espectadores, mas não chega a comprometer a experiência como um todo.
Em alguns momentos, é possível perceber que o filme provavelmente sofreu cortes, especialmente nas mudanças de dia para noite, que ocorrem de forma abrupta e, muitas vezes, confusa, acelerando demais a resolução de certos problemas.
Ainda assim, o longa consegue trazer uma pitada de criatividade a uma história que muitos já estão cansados de ver, proporcionando uma boa escolha de entretenimento para o fim de semana.