Ser fã do universo Gelo e Fogo é uma montanha-russa. Você nunca sabe se estamos subindo, descendo, ou diante de uma simples volta em círculos. Se em #GameofThrones os problemas se manifestavam em uma narrativa apressada e desleixada, A Casa do Dragão parece estar repetindo os mesmos erros que levaram a maior série da última década ao declínio. A temporada, que começou promissora, pareceu estagnar.
Narrativamente, #ACasadoDragão se destaca por seu tom sensacionalista e novelesco, sustentado por intrigas familiares e arcos complexos da família Targaryen. A 2ª temporada, inicialmente, parecia seguir essa fórmula consagrada, até que os personagens começaram a girar em círculos dentro de suas próprias tramas, como se a série quisesse adiar ao máximo o clímax de uma guerra iminente (lembranças aos D&D). De Harenhall, a Pedra do Dragão, Daemon e Alicent são os que mais sofrem desse mal. Esse, perdido em visões didáticas sobre seus dilemas com a coroa, com uma resolução anticlimática e barata apoiada no fan service. Essa, que fica sambando em seus próprios pensamentos e não decide sua própria personalidade.
Por outro lado, é promissora quando encontra seu propósito. #HouseoftheDragon não precisa ser prisioneira de cenas de batalha para contar uma história, e seus roteiristas estão cientes disso. “A Semeadura”, “Sangue e Queijo” e “Programa Fome Zero” são arcos que provam seu valor quando a narrativa entende que não precisa divagar para preencher lacunas. Distanciar-se da sua antecessora é positivo, e assim, aproveitar essa volta de dragão da maneira certa.
O sabor que a temporada deixa é agridoce. O final da temporada, infelizmente, agrava esse sentimento. É uma temporada que tenta encontrar seu ritmo próprio e, quando falha, torna-se anticlimática. Elogiar todos os aspectos plásticos é chover no molhado; a excelência técnica é inquestionável. No entanto, enquanto empolga e emociona na batalha de Pouso de Gralhas, também frustra em cada encontro entre Rhaenyra e Alicent. Finalmente, Rhaenyra está pronta para ser a rainha destinada a ser. E a segunda temporada tornou-se a temporada que nunca foi. Que os deuses nos acompanhem até 2026.