Wicked Part 1 dá vida ao musical nas telonas com performances inesquecíveis | Crítica

A aguardada adaptação cinematográfica de Wicked, baseada no icônico musical da Broadway, chega às telonas com a ambiciosa missão de transportar para o cinema a magia e o impacto de uma das histórias mais celebradas do teatro moderno. O filme narra a trajetória de Elphaba e Glinda, duas jovens cujos destinos se entrelaçam de forma inesperada e transformadora, enquanto explora temas como amizade, preconceito e poder. Mais do que apenas recriar a magia dos palcos, Wicked expande seu universo para uma escala cinematográfica impressionante, com uma produção deslumbrante e atuações memoráveis.

Um dos maiores méritos  é seu equilíbrio preciso entre comédia e emoção. A narrativa transita com naturalidade entre momentos de humor leve e passagens de profunda carga emocional, garantindo que ambos coexistam sem competir. A dinâmica entre as protagonistas é cativante, alternando suavemente entre a leveza e a profundidade. Ariana Grande e Cynthia Erivo entregam performances que mesclam frescor e encantamento, ao mesmo tempo em que dão vida aos momentos mais intensos e reflexivos da trama. Esse contraste, ora divertido, ora comovente, não apenas enriquece a experiência do público, mas também reforça as mensagens centrais do filme, criando uma conexão emocional genuína.

Como Glinda, Ariana Grande impressiona com uma atuação equilibrada entre encanto e vulnerabilidade. Seu timing cômico é impecável, capturando a essência jovial e carismática da personagem. Contudo, o que realmente surpreende é sua habilidade de transmitir emoções com profundidade, mostrando que seu talento não se limita à voz poderosa que a consagrou.

Por outro lado, Cynthia Erivo brilha intensamente como Elphaba. Sua interpretação é carregada de uma intensidade magnética, conferindo à personagem uma complexidade que a torna inesquecível. Cada cena protagonizada por Erivo é marcada por uma entrega visceral, que captura a dualidade de Elphaba: sua busca por justiça e o peso de ser incompreendida. Sua atuação não apenas define o coração do filme, mas também se consolida como uma das melhores de sua carreira e do cinema recente.

Os números musicais de Wicked são um espetáculo à parte, elevando a narrativa a um patamar ainda mais grandioso. Cada canção é cuidadosamente integrada ao enredo, avançando a história de maneira orgânica e emocionalmente envolvente. Longe de serem apenas demonstrações vocais, as músicas são ferramentas narrativas essenciais, conectando o público às jornadas das personagens e tornando cada momento musical inesquecível.

No aspecto visual, é um deslumbre. Os cenários e figurinos compõem um universo mágico, detalhado e esteticamente arrebatador. O design de produção transporta o espectador para Oz com paisagens vibrantes e ambientes meticulosamente construídos, enquanto os figurinos vão além da estética, narrando visualmente a evolução das personagens. Essa riqueza visual enriquece a experiência sensorial e complementa a narrativa de forma magistral.

Apesar de sua longa duração, o filme mantém um ritmo envolvente, sustentando o interesse do público do início ao fim. A trama é habilmente estruturada, com camadas que se revelam gradualmente, aprofundando a complexidade das personagens e de suas relações. O resultado é uma experiência imersiva que faz o tempo passar quase despercebido, um feito notável para um gênero que enfrenta desafios ao ser adaptado para o cinema.

Wicked é, sem dúvida, uma das mais impressionantes adaptações cinematográficas dos últimos tempos. Com atuações brilhantes, narrativa cativante e uma produção impecável, o filme não só atende às expectativas, mas as supera. É um forte candidato a figurar entre os grandes títulos do Oscar, deixando o público ansioso pela segunda parte, prevista para 2025, que promete aprofundar ainda mais os dilemas e relações das personagens. Mais do que uma adaptação, Wicked é uma obra-prima cinematográfica destinada a cativar gerações e consolidar seu lugar na história do cinema.

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